A literatura de cordel consite em "histórias em verso, toscamente impressas, vendidas nas feiras livres e mercados populares do nordeste e de outros estados onde há aglomerações de migrantes nordestinos. O público não lhe dá esse nome, mas o chama de “folheto”, “foiêto” ou “verso de feira” (TAVARES, 2006, p.176)
Cordelista Jurivaldo fala da importância de seu trabalho
Costa (1998), estudioso e admirador da Literatura de Cordel, deixou claro esta associação estreita entre temática e vida dos poetas “fazedores” de cordel. O autor destaca a convivência, lado a lado, desses artistas com o mundo da fome, da seca, da corrupção política e da religiosidade, comungando com o que fora enfatizado por Tavares (2006). Para e sobre esse público, é que esses poetas
publicam seus folhetos, geralmente compostos de 8, 12 e 16 páginas, a fim de
agradecer pelos ““milagres” recebidos” ou por “algo extraordinário que os
rodeia, sem pensar muitas vezes no fácil lucro da vendagem” (COSTA, 1998, p.
17).
Cordelista Franklin Maxado.
Figura que não pode ficar de fora quando o assunto é cultura popular.
Os
folhetos com essa quantidade de páginas descrita por Costa (1998), conforme
explicação de Tavares, são os mais curtos e geralmente contam sobre algum fato restrito
a uma região. São os chamados folhetos noticiosos. Mas, conforme a mesma
autora, os folhetos podem chegar a 32 ou a 48 páginas. Grillo (2003), em A
Literatura de Cordel na Sala de Aula, faz uma minuciosa descrição desses
folhetos e seus conteúdos, salientando tratar-se de material impresso em papel
pardo e medindo cerca de 12 x 18 cm. O conteúdo do cordel sempre é ilustrado
com xilogravuras.
Como são feitas as xilogravuras:
desenhos que enfeitam os folhetos de cordel
O
cordel está associada à memória ou ao registro da
história de um povo, de um lugar, de uma cultura. Em seus versos, o poeta
cordelista deixa desfilar em suas histórias uma grande quantidade de
personagens “estradeiros, astutos, trapaceiros, anti-heróis que sobrevivem por
expedientes e artimanhas que lhes valem como alternativa para escapar do
sistema opressor” (GRILLO, 2003, p. 117), bem como personagens que são típicos
do universo sertanejo, os quais têm como característica central a capacidade de
revirar o mundo com humor, traduzindo o retrato das ocasiões históricas
difíceis de uma dada região e/ou período.
Homenagens a Gonzagão, Bule Bule e Gereba
Bule Bule
Referências:
- COSTA, Gutenberg. A presença de Frei Damião na Literatura de Cordel – Antologia. Brasília: Thesaurus, 1998. Disponível em http://books.google.com.br/books?id=Y_CDw74dUi8C&pg=PA26&dq=o+que+%C3%A9+literatura+de+cordel?&hl=pt-BR&ei. Acesso: 14 de março de 2012.
- GRILLO, Maria Ângela de Faria. A literatura de Cordel na sala de aula. In: ABREU, Martha; SOIHET, Raquel [orgs]. Ensino de História: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003, pp. 116-126
- TAVARES, Clotilde. A botija. [xilogravuras de Fabrício Lopez e Flávio Castellan]. São Paulo: Editora 34, 2006. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=fqFNpAtEDYoC&pg=PA176&dq=caracter%C3%ADsticas+da+literatura+de+cordel&hl. Acesso: 14 de março de 2012.
Parabéns pelo trabalho Drica, está muito bom. O ator Arailton Púbio tem uma dissertação de mestrado sobre o tema também muito boa. É isso aí vamos divulgar esse meio de comunicação que tomou o nordeste brasileiro como pátria, não nasceu aqui mas tem a nossa cara, o nosso jeito, por isso porque não dizer que é nordestino como nós!!!Viva essa cultura maravilhosa!Vica o Cordel e Viva o NORDESTE do Brasil, sempre!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirNivaldo Cruz, o trabalho que fizemos foi baseado na obra do Bule Bule. Ficou lindo...manda pra mim textos teus que divulgo com prazer.....
Excluirabraço grande!