Um post sobre Bullying, creio, sempre será algo útil e necessário. Mas, esse aqui, quero trabalhar de forma diferente. A começar, dividindo com vocês o que me motivou a fazê-lo:
Semana passada, durante uma avaliação em determinada turma (prefiro não situar série, nem sexo da pessoa que me procurou, muito menos horário), fui surpreendida por uma pessoa a pedir licença para me contar que um aluno (também vou resguardar nome e turma das vítimas e agressor) estava agredindo verbalmente dois colegas. O que senti? Duas coisas bem diferentes. Primeiro, tristeza por aquilo ocorrer entre a gente. Segundo, contente em saber que ELES ou ELAS podiam se sentir à vontade para me procurar, confiando que o problema poderia ser resolvido. Eu disse-lhe que não poderia sair dali naquele momento, pois estava "tomando conta" da minha turma que fazia uma avaliação, mas que procurasse professora Oraide, secretária, e contasse o que havia ocorrido. Aliás, soube que era algo recorrente.
Ontem, durante a leitura de algumas páginas do Diário de Zlata, lembrei-me do ocorrido, olhei para o aluno (suporto agressor) e disse-lhe que, após a aula, gostaria de conversar com ele. Continuei a leitura, os comentários acerca daquela narrativa, as orientações para os diários que eles também escreverão (em outra oportunidade, escrevo um post sobre essa atividade) e, de repente, creio que encorajada pelo fato de eu ter dito que conversaria com aquele garoto depois, uma aluna - que, inclusive, não havia sido citada como vítima dele naquele recado que havia recebido semana passada - gritou que estava sendo chamada de GORDA o tempo inteiro, fora e dentro da escola, por aquele menino. Ele se manifestou, negou somente que, naquele dia, ainda não havia chamado a menina de GORDA. Aproveitei e pedi permissão para concluir a leitura das páginas de Zlata e dar novo rumo à aula. Era hora de conversarmos ali mesmo, com a participação de todos que, inclusive, momentos antes, tinham praticado um ato, que identifiquei como violento, com um colega da sala (uma das vítimas da agressão citada na semana anterior), por ter idade bem superior aos demais.
Conversamos bastante. Citei casos de pessoas próximas a mim que haviam sofrido por demais graças a "brincadeiras" como aquelas que estavam a fazer o tempo inteiro com os alunos que, como era de se esperar, em momento algum, abriram a boca para falar algo, defender-se, manifestar-se de alguma forma. O aluno dito "agressor" que, na verdade, levou a fama sozinho mas, como veremos logo abaixo, em matéria da Revista Nova Escola, o Bulliyng também é praticado por quem assiste ou incita o ato, dizia que tudo não passava de brincadeira e que, quanto mais os colegas se importavam, era pior. Conversei com a turma por mais de meia hora.
Semana passada, durante uma avaliação em determinada turma (prefiro não situar série, nem sexo da pessoa que me procurou, muito menos horário), fui surpreendida por uma pessoa a pedir licença para me contar que um aluno (também vou resguardar nome e turma das vítimas e agressor) estava agredindo verbalmente dois colegas. O que senti? Duas coisas bem diferentes. Primeiro, tristeza por aquilo ocorrer entre a gente. Segundo, contente em saber que ELES ou ELAS podiam se sentir à vontade para me procurar, confiando que o problema poderia ser resolvido. Eu disse-lhe que não poderia sair dali naquele momento, pois estava "tomando conta" da minha turma que fazia uma avaliação, mas que procurasse professora Oraide, secretária, e contasse o que havia ocorrido. Aliás, soube que era algo recorrente.
Ontem, durante a leitura de algumas páginas do Diário de Zlata, lembrei-me do ocorrido, olhei para o aluno (suporto agressor) e disse-lhe que, após a aula, gostaria de conversar com ele. Continuei a leitura, os comentários acerca daquela narrativa, as orientações para os diários que eles também escreverão (em outra oportunidade, escrevo um post sobre essa atividade) e, de repente, creio que encorajada pelo fato de eu ter dito que conversaria com aquele garoto depois, uma aluna - que, inclusive, não havia sido citada como vítima dele naquele recado que havia recebido semana passada - gritou que estava sendo chamada de GORDA o tempo inteiro, fora e dentro da escola, por aquele menino. Ele se manifestou, negou somente que, naquele dia, ainda não havia chamado a menina de GORDA. Aproveitei e pedi permissão para concluir a leitura das páginas de Zlata e dar novo rumo à aula. Era hora de conversarmos ali mesmo, com a participação de todos que, inclusive, momentos antes, tinham praticado um ato, que identifiquei como violento, com um colega da sala (uma das vítimas da agressão citada na semana anterior), por ter idade bem superior aos demais.
Conversamos bastante. Citei casos de pessoas próximas a mim que haviam sofrido por demais graças a "brincadeiras" como aquelas que estavam a fazer o tempo inteiro com os alunos que, como era de se esperar, em momento algum, abriram a boca para falar algo, defender-se, manifestar-se de alguma forma. O aluno dito "agressor" que, na verdade, levou a fama sozinho mas, como veremos logo abaixo, em matéria da Revista Nova Escola, o Bulliyng também é praticado por quem assiste ou incita o ato, dizia que tudo não passava de brincadeira e que, quanto mais os colegas se importavam, era pior. Conversei com a turma por mais de meia hora.
Falei que somos diferentes e que reagimos de forma diferente à brincadeiras, às piadas. Contei minha experiência com meus próprios colegas em tempo de escola. Quem me conhece sabe que tenho um dente de vampiro, como minhas melhores amigas falavam na minha época de escola. Eu era Matozinha ou Matoso (Matos + vamp. Lembram da novala, quem é do meu tempo?) Juro, não me importava, contei pra eles. Era uma forma carinhosa de Carla Carneiro, Adriana e Andréia Café e Vera Galindo - não me lembro se Helânya também - me apelidarem.... Mas, se outros assim me chamassem, me sentia ofendida. Enfim, depois de muito papo, falei que não pasaria nada à direção da escola, resolveríamos ali mesmo. Mas, caso continuasse, não mais poderia deixar a conversa ali na sala. E mais.... depois da direção, caso o fato contiunue, é delegacia seria o próximo passo e local a ser procurado. Falei que podiam confiar em mim e que ficassem ligados pois, rapidamente, ficávamos a saber de tudo que ocorria na sala, mesmo fisicamente ausentes. Terminamos a conversa nos abraçando.
Enfim, enfim, post enoooorme, não??? Mas era necessário. A seguir, material com fonte para mais pesquisas. Servirá para nós professores, pais, alunos em geral...
E, atenção, meus alunos do terceiro ano Ensino Médio, leiam a matéria da Nova Escola, pois, com certeza, será tema de nossas futuras produções textuais.
Enem também! Boa leitura!
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/bullying-escola-494973.shtml
1. O que é bullying?
Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões
intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais
alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra
inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação
em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação,
humilhação e maltrato.
"É
uma das formas de violência que mais cresce no mundo", afirma Cléo Fante,
educadora e autora do livro
Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz
(224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868 ). Segundo a especialista, o bullying
pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades,
famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode
parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o
alvo da ofensa.
Além
de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e
adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas
podesm apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que
influencie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega
a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções
trágicas, como o suicídio.
2. O que não é bullying?
Discussões ou brigas pontuais não são bullying. Conflitos entre professor e
aluno ou aluno e gestor também não são considerados bullying. Para que seja
bullying, é necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou
de trabalho, por exemplo). Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão
é classificada como bullying.
Para
Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de
Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para ser dada como
bullying, a agressão física ou moral deve apresentar quatro características: a intenção do autor em ferir o alvo, a
repetição da agressão, a presença de um público espectador e a concordância do
alvo com relação à ofensa. ''Quando o alvo supera o motivo da
agressão, ele reage ou ignora, desmotivando a ação do autor'', explica a
especialista.
Não. O bullying sempre existiu. No entanto, o primeiro a
relacionar a palavra a um fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da
Noruega, no fim da década de 1970. Ao estudar as tendências suicidas entre
adolescentes, o pesquisador descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido
algum tipo de ameaça e que, portanto, o bullying era um mal a combater.
A popularidade do fenômeno cresceu com a influência dos meios eletrônicos, como a internet e as reportagens na televisão, pois os apelidos pejorativos e as brincadeiras ofensivas foram tomando proporções maiores. "O fato de ter consequências trágicas - como mortes e suicídios - e a impunidade proporcionaram a necessidade de se discutir de forma mais séria o tema", aponta Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil .
A popularidade do fenômeno cresceu com a influência dos meios eletrônicos, como a internet e as reportagens na televisão, pois os apelidos pejorativos e as brincadeiras ofensivas foram tomando proporções maiores. "O fato de ter consequências trágicas - como mortes e suicídios - e a impunidade proporcionaram a necessidade de se discutir de forma mais séria o tema", aponta Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil .
4. O que leva o autor do
bullying a praticá-lo?
Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter
uma boa imagem de si mesmo. Isso tudo leva o autor do bullying a atingir o colega com repetidas
humilhações ou depreciações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua
raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar
de agir. Pelo contrário, sente-se satisfeito com a opressão do agredido,
supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima.
''O
autor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar na
qual tudo se resolve pela violência verbal ou física e ele reproduz isso no
ambiente escolar'', explica o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da
Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência
(Abrapia).
Sozinha,
a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse ambiente que
se demonstram os primeiros sinais de um praticante de bullying. "A
tendência é que ele seja assim por toda a vida, a menos que seja tratado",
diz.
5. O espectador também
participa do bullying?
Sim. O espectador é um personagem fundamental no
bullying. É comum
pensar que há apenas dois envolvidos no conflito: o autor e o alvo. Mas os
especialistas alertam para um terceiro personagem responsável pela continuidade
do conflito.
O espectador típico é uma testemunha dos fatos,
pois não sai em defesa da vítima nem se junta aos autores. Quando recebe uma
mensagem, não repassa. Essa atitude passiva pode ocorrer por medo de também ser
alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido.
Os que atuam como plateia ativa ou como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo também são considerados espectadores. Eles retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro.
Os que atuam como plateia ativa ou como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo também são considerados espectadores. Eles retransmitem imagens ou fofocas. Geralmente, estão acostumados com a prática, encarando-a como natural dentro do ambiente escolar. ''O espectador se fecha aos relacionamentos, se exclui porque ele acha que pode sofrer também no futuro.
Se for pela internet, por exemplo, ele apenas
repassa a informação. Mas isso o torna um coautor'', explica a pesquisadora
Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a
Violência nas Escolas e Educar para a Paz.
6. Como identificar o alvo
do bullying?
O alvo costuma ser uma criança com baixa autoestima
e retraída tanto na escola quanto no lar. ''Por essas características, é difícil esse jovem
conseguir reagir'', afirma o pediatra Lauro Monteiro Filho. Aí é que entra a
questão da repetição no bullying, pois se o aluno procura ajuda, a tendência é
que a provocação cesse.
Além dos traços psicológicos, os alvos desse tipo de violência costumam apresentar particularidades físicas. As agressões podem ainda abordar aspectos culturais, étnicos e religiosos.
Além dos traços psicológicos, os alvos desse tipo de violência costumam apresentar particularidades físicas. As agressões podem ainda abordar aspectos culturais, étnicos e religiosos.
"Também pode ocorrer com um novato ou com uma
menina bonita, que acaba sendo perseguida pelas colegas", exemplifica
Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro Violência e
Criminalidade Infanto-Juvenil
7. Quais são as
consequências para o aluno que é alvo de bullying?
O aluno que sofre bullying, principalmente quando
não pede ajuda, enfrenta medo e vergonha de ir à escola. Pode querer abandonar
os estudos, não se achar bom para integrar o grupo e apresentar baixo rendimento.
Uma pesquisa da Associação Brasileira
Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) revela que
41,6% das vítimas nunca procuraram ajuda ou falaram sobre o problema, nem mesmo
com os colegas.
As vítimas chegam a concordar com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinhas (Unicamp). O discurso deles segue no seguinte sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?"
As vítimas chegam a concordar com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinhas (Unicamp). O discurso deles segue no seguinte sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?"
Aqueles que conseguem reagir podem alternar
momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não são covardes ou
quando percebem que seus agressores ficaram impunes, os alvos podem escolher
outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e
agressor ao mesmo tempo.
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